sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Gêneros e tipos textuais

   É comum a confusão que se faz na definição do que é gênero e do que é um tipo textual. Isto se deve porque este tema entrou nos currículos muito recentemente,como informa a profª Maria Luiza, em resposta à sua aluna, no fascículo Gêneros e Tipos Textuais.
Sempre que nos manifestamos linguisticamente o fazemos por meio de textos, sejam eles curtos ou longos, escritos ou orais. Neles, as ideias são organizadas das mais diversas maneiras, de acordo com a finalidade para que são criados. Isto quer dizer que cada texto realiza um gênero textual. Daí chamamos um texto de bula de remédio, outro de carta, outro de email,etc.
Os gêneros textuais estão vinculados à vida social e cultural de um povo, são fenômenos históricos.
Os tipos são definidos e classificados por seus traços linguísticos predominantes
O leque de classificação dos gêneros textuais é muito maior que o dos tipo. Os tipos são apenas quatro ou cinco, assim classificados: o narrativo, o descritivo, o argumentativo, o expositivo(por alguns considerados apenas como dissertativo), o injuntivo ou instrucional.
   Devemos inserir em nossas atividades de leitura e interpretação de textos "pistas" para que os alunos identifiquem os gêneros. Não é preciso que façamos uma lista destes gêneros, é bom que se faça uma análise com o conhecimento de mundo e nossa experiência com a linguagem. Desde a primeira infância aprendemos a reconhecer e utilizar os gêneros textuais, reconhecemos o que é sememlhante e o que é diferente. Veja por exemplo, quando uma criança pede para você contar uma história para ela, se você ler uma receita culinária, ela com certeza não vai aceitar a sua história, pois saberá que não é do gênero que pediu.
Essa nossa competência sociocomunicativa é que nos dá a capacidade para perceber quando devemos organizar um texto de uma maneira ou de outra.
Sabemos que um texto é diferente de outro porque já vivemos situações que nos orientam para reconhecimento do gênero. Por isso sabemos quando estamos diante de um cardápio, de um romance, de um bilhete, de um email, de um blog, etc.
O gênero é mais uma questão de uso do que de forma linguística. A classificação dos gêneros textuais é aberta e varia de acordo com as culturas e necessidades históricas. Com o advento do computador, muitas novas formas de comunicação foram criadas e os emails, blogs, chats por exemplo, são gêneros da sociedade atual. Podemos então dizer que as competências sociocomunicaticas não são aprendidas apenas intuitivamente, mas são também aprendidas e ensinadas na escola.
Recebi hoje duas interessantes receitas culinárias: uma atual e outra do século XVI. Cada uma delas em um formato diferente, porém com a mesma finalidade: dar as instruções de preparo de como assar uma perdiz e a outra, um bolo. Os dois textos são do gênero receita e neles encontramos os tipos descritivo e injuntivo.
Os textos deverão sempre ser classificados de acordo com a finalidade maior para a qual foram produzidos. As músicas por exemplo, são escritas sob forma de poema, mas foram feitas para serem cantadas, por isso são do gênero canção e não poema.
Concluindo, devemos reconhecer as situações de comunicação para definir os gêneros textuais e analisar como um texto foi organizado linguísticamente para  poder definir o seu tipo.

domingo, 3 de agosto de 2008

Oralidade e produção escrita

  Um amigo diferente, de Cláudia Werneck. Foi assim que iniciei o dia de hoje - ouvindo esta belíssima história. Você já a conhece? Se não, vale a pena conhecer. Um amigo diferente é um livro infantil feito para gente grande, gente que respeita o seu semelhante, gente que compreende que no mundo somos todos diferentes mas que nesse mundo das diferenças podemos fazer muito pelo outro. Quem é que não tem amigo zarolho ou que pensa mais lentamente? Você não poderia ser um deles? Pois é, pense nisso, o mundo precisa de gente que pensa grande.
Na aula de hoje tratamos de várias dinâmicas de oralidade seguidas de produção escrita.
Dinâmica dos nós - desenvolve a interação e o raciocínio. É um momento de descontração quando o grupo de mãos dadas solta as mãos e andam pela sala. Daí a pouco, dão-se novamente as mãos procurando aquele colega inicial para dar a mão direita. É preciso desfazer os nós, sem soltar as mãos, formando novamente o círculo inicial.
Dinâmica das perguntas - cada aluno faz três perguntas. Sentados, um diante do outro, um pergunta e o outro responde. A dupla que terminar primeiro, sinaliza para o professor e as duplas são trocadas.
Dinâmica das palavras ocultas - cada aluno prega um papel nas costas do colega. Todos andam pela sala, obedecendo ao comando do professor que dita o que devem escrever, como p.ex., um substantivo, um adjetivo, um verbo, etc. Após alguns minutos, cada aluno retira o seu papel das costas e utiliza as palavras que estão escritas para fazer um produção de texto.
Dinâmica do texto coletivo. Formam-se grupos e cada aluno recebe uma folha de papel com um título para desenvolver um texto narrativo. Durante um ou dois minutos cada aluno vai escrevendo o seu texto, após o sinal do professor o papel é passado para o colega da direita. Este deverá ler e continuar a história do seu colega. E assim por diante até a folha rodar no grupo. Ao final, cada aluno lê o texto. Numa outra aula o texto é retomado para se fazer as correções buscando principalmente coesão e coerência. (obs.: é importante trabalhar primeiramente os conceitos de narração para depois desenvolverem o texto). Esta é uma boa técnica para ensinar coesão e coerência, mesmo sem os conceitos)
Todas estas técnicas podem ser trabalhadas em quaisquer séries do ensino fundamental.