terça-feira, 18 de novembro de 2008

Colóquio de Letras

Ah, foi um final de semana muito proveitoso. Dos dias 06 a 08 de novembro participei do Colóquio de Letras: Leitura, análise e produção de textos realizado pela UnB. Foram três dias de muitas e muitas apresentações de trabalhos dos alunos do curso de especialização sobre diversos temas, como Reflexões sobre a leitura na sala de aula, a questão dos estrangeirismos presentes no nosso dia-a-dia, a valorização do aluno do EJA quanto a questão da variação linguística presente em sala, e as muitas formas de produção numa sala de aula. Estes são alguns poucos exemplos do muito que pude apreciar naqueles trabalhos. Preciso confessar o meu encantamento e satisfação ao perceber o quanto este meu curso está me ajudando. Todos os assuntos tratados lá no Colóquio de Letras estão sendo por nós estudados nas quintas-feiras. pude mais uma vez confirmar o conceito de que a Língua Portuguesa é a melhor disciplina para se trabalhar a interdisciplinaridade, a que mais nos leva a partilhar com as demais o currículo da escola.Ão ler e escrever o aluno tem que se tornar consciente do que faz. Antes estudava-se pronomes, agora estudamos os elementos anáforicos. O aluno precisa refçetor sobre o que está fazendo, precisamos trabalhar as competências inatas do aluno. Atualmente, acredito que grande parte dos professores de porotuguês já trabalham de forma a levar o aluno a perceber que a língua não se acha confinada às regras gramaticais, mas se constitui em uma atividade social que se realiza nas condições de interação, isto é ler. Escreve-se porque é preciso, porque tem uma função social, então de nada vai adiantar o professor pedir que seu aluno escreva quando não se está querendo interagir. A escrita de textos com funções reais deve tomar o lugar da escrita vazia, de palavras soltas/ e ou frases inventadas que não dizem nada. Precisamos trazer para a sala o que está acontecendo lá fora, trabalhar a partir da perspoectiva de gêneros textuais. Vi durante este curso, no decorrer de todo o ano, a grande quantidade de gêneros textuais, gêneros bem atuais , que interessam aos nossos alunos e que não deverão ser esquecidos por nós professores. Acredito que leituras atuais e do interesse dos alunos deixam os alunos muito mais participativos. Ouvindo a palestra do prof. Dr. Dagoberto Buim Arena, achei muito interessante ouvir deste grande estudioso da língua que nós professores, na maiorria das vezes, não ensinamos ler, o que fazemos é avaliar a leitura do aluno. Uma leitura fluente, não significa que se sabe ler, conhecer o sistema linguístico não é saber ler. Para que a leitura se realize é preciso que se conheça o assunto. Cada um de nós faz a leitura que pode, de acordo com o conhecimento cultural que carrega. Então, não posso dizer que toda a minha turma lê igualmente. Cada qual faz a sua leitura. Ler é aprender a fazer perguntas e procurar as respostas para o que antes eu não sabia. Segundo ele "o que nos move são as perguntas e respostas que procuramos a todo momento.Encontrar estas nossas respostas é alcançar o prazer. Aprender a ler é aprender a ter atitudes diante do texto, as leituras são diferenciadas pelas inferências que este leitor tem. A leitura não acaba quando os nossos olhos saem do papel". Foi muito agradável ouvir tudo isso e mais uma vez chegar à conclusão do quanto o meu curso está sendo útil. Confesso que não fosse ele muito do que ouvi nestes três dias não seria por mim compreendido, uma vez que até mesmo a terminologia dentro do meu proprio contéudo tem mudado ou surgido, como diferença entre gêneros e tipos textuais, letramento, etc.

Um comentário:

linguagem e poder disse...

Olá, Lucilene, que bom saber que você é uma das professoras que está preocupada com o ensino da língua. Infelizmente não sou tão otimista quanto você. Penso que há muitos colegas ainda dando aula como nossos avós tiveram, apenas com regras vazias, descontextualizadas, sem debates, sem leituras interessantes... tomara que eu esteja enganada!
Bjo e até quinta.