sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O manejo da palavra na leitura e na escrita

"Lutar com as palavras
é a luta mais vã
no entanto lutamos
mal rompe a manhã"
Carlos Drummond de Andrade
Em 25/09...
Foi assim que iniciamos o nosso encontro com os escritores João Bosco, da Casa do autores de Brasília, Lucília Garcez e Margarida Patriota. Todos os três, pessoas admiráveis que se dispuseram a compartilhar de uma manhã de muitos questionamentos sobre leitura e vivência numa sala de aula. Mediadas pelo escritor João Bosco, as duas escritoras iniciaram suas falas nos contando um pouco das suas vidas de estudantes e dizendo o que mudou. A escritora Margarida disse que muita coisa mudou, uma delas foi que o termo letramento não existia. Já a professora Lucília nos disse que lia vários gêneros textuais:fotonovelas,HQ,contos de amor... Lia o que gostava. Com Clarissa, de Érico Veríssimo, descobriu que a lituratura é uma fonte inesgotável de prazer.
Ao serem interrogadas sobre o que a literatura faz e o que não faz nos responderam assim: "A leitura proporciona a internalização das estruturas linguísticas muito mais do que o estudo da gramática. A prática da escrita desenvolve práticas próprias da escrita", disse Lucília. E Margarida nos garante que "quem lê tem facilidade para se expressar, e poder para interpretar a vida de forma melhor."
E domar palavra? É que nem domar boi? Assim foi interrogada a professora Margarida, ao que respondeu "nosso contato com a história vem com um contador de histórias, geralmente da família e depois da leitura." O nosso gosto por ouvir histórias já nasce dentro de casa.
O professor deve respeitar a fala do aluno e fazer com que ele fale, respeitar seu sotaque, valorizar sua linguagem, são palavras da professora Lucília, as quais eu assino embaixo.
O livro didático é um recurso para a escola levar a leitura até os seus alunos, mas ele só é pouco para desenvolver o gosto pela leitura, é preciso que se tenha livros diferentes, variedades de gêneros... continuam sendo palavras da professora Lucília.
Todas as suas palavras tiveram a intenção de esclarecer e ajudar aos professores de português, e o mais interessante é que se somaram aos nossos estudos neste curso, como exemplo lembro-me que a professora Margarida disse que a criança precisa compreender a multiplicidade da língua - uma com pais e irmãos, outra na escrita em um outro momento, quando o formal for o exigido. Se em uma situação escrevo um bilhete coloquial ,em outro vou escrevê-lo na linguagem formal. Compreender a natureza da língua torna as pessoas mais tolerantes. É importante para o falante saber usar a linguagem apropriada para cada situação e é importante que o ouvinte entenda o que o falante diz , mesmo empregando a linguagem coloquial . Este foi um encontro muito proveitoso. Deixo o meu abraço e a minha admiração pelas escritoras!

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