segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Pesquisa Linguística

   Lemos o caderno de bordo da professora e colega Luzia e também ouvimos a leitura de um conto criado pelo aluno da colega Liliane. Após as leituras e comentários fomos ler e apresentar o estudo sobre Os passos da pesquisa linguística. No primeiro passo da pesquisa, Marcos Bagno nos mostra que a escola deve ser um lugar de revisão, crítica e reformulação teórica. A abordagem normativo-descritiva deve ser recolhida em mais de uma fonte, para que fique claro que mesmo entre os seguidores da doutrina tradicional existem divergência de análise e de interpretação de fenômenos gramaticais. No segundo passo, Bagno faz a investigação do fenômeno numa perspectiva histórica e afirma que transcorridos mais de 500 anos é impossível não haver mudanças e esperar que só a língua portuguesa permaneça imóvel. No processo de seleção-exclusão, usos gramaticais, muitos antigos na língua, foram excluídos da norma padrão porque não tinham equivalentes nos paradigmas da línguas clássicas. Estuda-se a gramática tradicional completamente descontextualizada, estanque. A norma padrão, segundo Bagno não é nem sincrônica(relata o momento atual), nem diacrônica(histórico), ela é anacrônica(desvinculada do tempo).O que deve  ser estudado é a língua que é falada. Para ele," os alunos deverão se conscientizar de que língua e linguagem são coisas muito mais ricas e fascinantes do que a velha descrição mecânica de conceitos , a velha nomenclatura falha da gramática tradicional e, principalmente, a velha distribuição de rótulos de certo e errado..." Concordo com suas ideias podendo partir das nossas próprias experiências em sala de aula. O aluno tem bem mais facilidade de aprender quando não ficamos presos a velhos conceitos gramaticais, a ideia de que aprender português é muito difícil precisa ser mudada, pois o que ensinamos é a língua que falamos(ou pelo menos, precisamos ensinar) . Quando educadores e alunos entenderem que estão ensinando a língua que falam ficará mais fácil ensinar e aprender. Só o professor que se fizer um pesquisador, um linguísta, poderá entender esta transformação no ensino da língua materna.

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